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TEMU é vista como ameaça por concorrentes que dominam o Brasil. Shein, Alixpress, Amazon, Shopee

Antonio Oliveira Publicado em 27/06/2024, às 20h00

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TEMU é vista como ameaça por concorrentes que dominam o Brasil. Shein, Alixpress, Amazon, Shopee - Reprodução
TEMU é vista como ameaça por concorrentes que dominam o Brasil. Shein, Alixpress, Amazon, Shopee - Reprodução

A gigante chinesa de comércio eletrônico Temu começou as vendas no Brasil nesta quinta-feira (6).

A plataforma de comércio eletrônico é descrita como uma combinação de Shopee e Shein. A gigante varejista chinesa tem sido critica em países onde já está operando, como nos Estados Unidos e Reino Unido. Uma investigação do governo dos Estados Unidos constatou que existe um "risco extremamente elevado" de que os produtos vendidos na Temu possam ter sido produzidos com trabalho comparável à escravidão.

A Temu afirma que "proíbe estritamente" que todos os seus vendedores usem trabalho forçado, penal ou infantil.

A empresa, que vende eletrônicos, móveis e roupas, começou a funcionar nos Estados Unidos em 2022 antes de se expandir para o Reino Unido e todo o mundo.

Com quase 152 milhões de americanos usando a plataforma mensalmente, ela tem liderado os rankings globais de download de aplicativos desde então, de acordo com os dados coletados pela ferramenta de análise SimilarWeb. Neil Saunders, um analista de varejo, diz que é a "Amazon turbinada".

A plataforma ganhou popularidade com o slogan "compre como um bilionário", com entregas em cerca de 50 países em todo o mundo.

Marketing agressivo

Seis comerciais de 30 segundos da Temu foram veículados durante a final deste ano do Super Bowl, o principal jogo de futebol americano nos Estados Unidos.

Um desses anúncios no final da competição custa aproximadamente US$ 7 milhões (R$ 35 milhões).

Saunders comenta: "É muito dinheiro para um comercial curto". Além disso, ele acrescenta: "Mas ele é visto por um número enorme de pessoas e sabemos que depois daquele comercial os download da Temu dispararam".

8,2 milhões de pessoas visitaram o site e o aplicativo da plataforma no dia do Super Bowl, aumentando em quase 25% em comparação com o domingo anterior, de acordo com dados da SimilarWeb. No mesmo período, os visitantes do eBay e da Amazon caíram 2%.

Saunders afirma que eles também gastaram muito dinheiro em micromarketing, persuadindo influenciadores a promover produtos e recomendando compras na plataforma por meio de redes sociais como TikTok e YouTube.

De acordo com Ines Durand, especialista em comércio eletrônico da SimilarWeb, esses influenciadores geralmente têm menos de 10 mil seguidores.

Ela explica que o apoio dos microinfluenciadores indica uma forte confiança nestes produtos, pois eles têm comunidades fortes.

Segundo Shaun Rein, fundador do China Market Research Group, a Pinduoduo Holdings, que é considerada "um monstro no comércio eletrônico chinês", é proprietária da Temu.

Ele afirma que todos na China compram coisas na Pinduoduo, desde caixinhas de som até camisetas ou meias.

Diretamente da fábrica para o consumidor

Entre as empresas chinesas mais valiosas listadas na bolsa de valores dos EUA, a empresa compete com o concorrente Alibaba pelo primeiro lugar.

Seu valor atual é de cerca de US$ 150 bilhões (aproximadamente R$ 750 bilhões). Em comparação, a empresa mais valiosa da bolsa brasileira, a Petrobras, está avaliada em R$ 478 bilhões.

A Pinduoduo Holdings usou o mesmo modelo que garantiu seu sucesso anterior ao assumir o mercado consumidor chinês e se expandir para o exterior com a Temu. De acordo com Rein, que reside em Xangai, a empresa tornou-se uma fonte significativa de orgulho e devoção à nação.