Títulos indexados à inflação do Tesouro Direto chegaram ao patamar de 6,5% de juro real, algo notado em uma baixa quantidade de vezes na história.
Antonio Oliveira Publicado em 08/07/2024, às 08h00
Na última semana, foi confirmada mais uma alta nos juros reais, em linha com a piora do real. Enquanto o dólar comercial chegou a bater R$ 5,70 na terça-feira (2), os títulos indexados à inflação do Tesouro Direto chegaram ao patamar de 6,5% de juro real, algo notado em uma baixa quantidade de vezes na história.
Para se ter uma ideia do que isso significa, o artigo abordará algumas contas do rendimento que esses títulos entregam ao longo do tempo.
Se adquirirmos atualmente R$ 1.000.000,00 de um IPCA+ 6,5% com vencimento em 2035 e sem o pagamento de juros, ao vencimento do título, teremos:
O rendimento real de 6,5% descontando a inflação, faz dobrar o capital depois de 11 anos.
Ou seja, se a pessoa desejar aposentar dentro de dez anos com o dobro do patrimônio que foi acumulado até agora? É preciso somente comprar um indexado neste momento.
São muitos juros, certo?
Com certeza, com essa quantidade de juro, ninguem consegue se sentir estimulado a investir na economia real, abrir uma empresa ou correr qualquer risco no mercado.
Uma taxa de juro tão alta desta forma, é extremamente corrosiva para a atividade econômica. Além disso, também teve um aumento nos gastos fiscais com o pagamento de juros, que poderiam ser usados para outros fins.
É óbvio que um juro tão alto, é por conta de um desarranjo econômico muito grande e um risco inflacionário considerável. A desvalorização cambial pressiona os preços, o que aumenta a inflação. O aumento da inflação pode fazer com que o Banco Central (BC) tenha que retomar o ciclo de alta dos juros.
E, por este motivo, o BC informou no último comunicado que estaria "vigilante" a essa possibilidade, caso as variáveis econômicas continuassem a piorar.
Mesmo em um cenário de aumento da inflação, o título IPCA+ pode ser um bom aliado, se a pessoa se comprometer a levar até o vencimento.
De todo modo, ao comprar esse tipo de título tão longo, a pessoa adiciona à sua carteira de renda fixa uma volatilidade importante.
Neste gráfico, é possível observar o comportamento de uma carteira composta pelos títulos indexados que fazem parte do IMAB. É possível ver que, quando existe uma comparação ao CDI, existe uma volatilidade maior.
Outro ponto que é possível notar para se observar um parâmetro de risco é o Drawdown Máximo. Isso mostra qual seria a perda máxima se tivessemos comprado esse título nos maiores preços no decorrer da história.
É possível notar que, em 2014, época de descontrole fiscal, de acordo com o IPCA+ chegou a 7,5% de juro real, teríamos uma perda máxima de quase 25% do valor investido. Sem contar com o ano de 2014, existiria uma oscilação entre perdas de -5% no decorrer dos dias.
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