A prévia da inflação de agosto, embora mais alta que o esperado, trouxe notícias boas na descompressão dos núcleos e serviços
De acordo com a estrategista de Inflação da Warren Investimentos, Andréa Angelo, o IPCA-15 de agosto contrariou a expectativa e registrou alta de 0,19% e 4,35% no acumulado 12 meses, acima da projeção de 0,12% e 4,35% esperada por nós*.
Os serviços subjacentes vieram abaixo do esperado por nós (0,39% vs. 0,46%), com a desaceleração mais intensa sendo explicada por seguro de automóveis e cabeleireiro, itens que tinham surpreendido para cima nas leituras anteriores.
Este movimento contraria todos indicadores econômicos ligados a renda e emprego. Neste sentido, é preciso esperar mais algumas leituras para ter certeza de que a desaceleração destes grupos voltou. Por ora, esperamos que serviços subjacentes encerre o ano próximo de 6%, vindo de 4,80% em 2023.
Na métrica de média móvel dessazonalizada e anualizada, serviços subjacentes ficou em 4,72%, de 5,15% no mês anterior, e intensivo e mão de obra em 4,43% de 4,94%. Entendemos que esta é uma dinâmica que vai em linha com a expectativa de Selic estável em 10,50%.
As surpresas altistas de hoje foram: alimentos voláteis e passagem aérea. Vale dizer que os alimentos registraram deflação menor do que a esperada por nós, de 1,30% vs. -1,70% esperada, principalmente pelos produtos in natura (o tomate e a batata).
O grupo in natura recuou 6,9% nesta prévia, com os tubérculos registrando queda de 16,4%. No ano, o grupo registra alta em torno de 8% e esperamos que arrefeça e encerre o ano em 6%. Já alimentação no domicílio deve reacelerar e deixar os 4%, terminando 2024 mais próximo de 5,2%.
Já o grupo de bens industriais continuou mostrando dinâmica de repasse cambial e segue como risco altista no ano e no primeiro trimestre de 2025.
O movimento recente dos núcleos dos IGPs continua evidenciando essa dinâmica. Nesta leitura, bens duráveis vieram mais pressionados que esperado, principalmente eletroeletrônicos e mobiliários. Esperamos que o grupo termine o ano em 2,9% de 1,1% em 2023.
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