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Minha Casa Minha Vida puxa crescimento do mercado imobiliário no 1º semestre de 2025

Mercado imobiliário cresce no 1º semestre de 2025, com destaque para o Minha Casa, Minha Vida, que registrou alta de 25,8% nas vendas

Cristina Costa Publicado em 25/08/2025, às 06h07

Minha Casa Minha Vida puxa crescimento do mercado imobiliário no 1º semestre de 2025 - Imagem: Reprodução - Edição: Tribuna Financeira

O mercado imobiliário brasileiro apresentou crescimento expressivo nas vendas e nos lançamentos no primeiro semestre de 2025. Os números mais chamativos vêm do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que registrou uma alta de 25,8% nas comercializações em comparação ao mesmo período do ano passado, alcançando 95.483 unidades.

Esse resultado mostra que, apesar dos juros elevados, as condições diferenciadas de crédito do programa, somadas ao apoio de estados e municípios por meio de subsídios, têm sido fundamentais para facilitar o acesso da população à casa própria. Dessa forma, milhares de famílias estão conquistando seu imóvel com mais facilidade.

Minha Casa, Minha Vida lidera as vendas no semestre

Entre janeiro e junho de 2025, foram 186.547 unidades residenciais lançadas em todo o país e 206.903 imóveis vendidos, de acordo com estudo divulgado pelo setor. O destaque ficou por conta do Minha Casa, Minha Vida, que sozinho representou quase metade das negociações.

Isso acontece porque, ao contrário de outros segmentos, o MCMV oferece juros reais próximos de zero, o que abre portas para famílias que antes não tinham condições de financiar. Além disso, muitos estados e municípios estão entrando com incentivos extras, tornando o programa ainda mais acessível.

Oferta de imóveis recua, mas vendas se mantêm aquecidas

Apesar do bom desempenho nas vendas, a oferta de imóveis registrou queda de 4,1% no período. Ou seja, o número de novos empreendimentos colocados no mercado foi menor. Entretanto, a procura continua firme, impulsionada principalmente pelos programas habitacionais.

Esse contraste mostra que, mesmo em um cenário de economia apertada e juros altos, a demanda por moradia segue forte, sobretudo quando há alternativas de financiamento acessíveis.

Dados do segundo trimestre confirmam estabilidade

O segundo trimestre de 2025 reforçou a ideia de que o mercado imobiliário atravessa um momento de relativa estabilidade. Comparado ao mesmo período de 2024, os lançamentos caíram 6,8%, mas as vendas aumentaram 2,6%.

No total, foram comercializados 102.896 imóveis entre abril e junho, movimentando R$ 68 bilhões. No mesmo período, as vendas do Minha Casa, Minha Vida cresceram 11,9%, embora os lançamentos dentro do programa tenham caído 15%.

Segundo o economista Celso Petrucci, esses números indicam que o setor está conseguindo se adaptar às condições econômicas.

O impacto dos juros no mercado imobiliário

A taxa básica de juros ainda é um desafio. Para muitos investidores e compradores de imóveis fora do programa habitacional, os custos elevados acabam desestimulando a aquisição. Isso explica por que segmentos de médio e alto padrão têm sentido mais os efeitos do cenário econômico.

Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), acredita que, no próximo semestre, a retomada dos lançamentos deve acontecer, mas ressalta que o apetite por novos negócios depende diretamente de uma possível redução dos juros.

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Preço médio dos imóveis apresenta alta

Outro dado importante é que o preço médio dos imóveis subiu 4,2% no período. Esse reajuste é explicado pelo aumento nos custos da construção civil, pela valorização de determinadas regiões urbanas e também pela lei da oferta e da procura — já que a quantidade de imóveis disponíveis caiu, o valor das unidades no mercado acabou subindo.

Perspectivas para o restante de 2025

As expectativas para o fechamento de 2025 são de estabilidade no mercado imobiliário, com um papel decisivo do Minha Casa, Minha Vida. Segundo especialistas, a tendência é de crescimento nas vendas desse programa, enquanto outros segmentos devem continuar enfrentando limitações por causa da taxa de juros.

Para famílias que ainda sonham com a casa própria, é provável que o MCMV siga sendo o principal caminho, principalmente porque os subsídios governamentais e municipais ampliam a chance de aprovação de crédito.

O que esperar nos próximos anos

Ainda que o cenário atual seja de cautela, o setor imobiliário brasileiro continua sendo um dos motores da economia. A cada semestre, milhares de empregos são gerados nas obras, no comércio de materiais de construção e nos serviços relacionados.

A longo prazo, a expectativa é que a redução gradual da taxa Selic traga mais equilíbrio entre oferta e demanda, estimulando novos lançamentos e aumentando a diversidade de imóveis disponíveis.

Assim sendo, o Minha Casa, Minha Vida deve se consolidar cada vez mais como um dos maiores programas habitacionais do mundo, com impacto direto na vida de milhões de brasileiros.

Conclusão

Em síntese, o mercado imobiliário brasileiro mostra força mesmo diante de desafios econômicos. O sucesso do Minha Casa, Minha Vida no primeiro semestre de 2025 é prova de que políticas públicas bem estruturadas podem transformar a realidade das famílias.

Enquanto os juros elevados ainda limitam outros segmentos, a esperança de estabilidade permanece. Para quem busca comprar ou investir em imóveis, o momento exige atenção às oportunidades oferecidas por programas habitacionais e acompanhamento das tendências do setor.

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