A China registra nova queda no PMI, marcando oito meses de retração industrial e ampliando o alerta sobre o impacto global da desaceleração econômica.

A China voltou a registrar um resultado preocupante em sua atividade industrial, reforçando sinais de enfraquecimento econômico que já vinham sendo observados ao longo de 2024. Os dados divulgados pelo Escritório Nacional de Estatísticas mostram que, pelo oitavo mês consecutivo, a indústria chinesa opera em contração — algo que desperta atenção de economistas, governos e empresas de todos os continentes.
A desaceleração da China não afeta apenas o país asiático. Ela repercute, sobretudo, em mercados internacionais, em setores como commodities, tecnologia, indústria automotiva e exportações. Isso ocorre porque a China é a segunda maior economia do planeta e uma das principais engrenagens da produção mundial. Assim sendo, qualquer oscilação relevante no país acaba impactando preços, investimentos e previsões econômicas globais.
De acordo com os dados oficiais, o PMI (Índice de Gerentes de Compras) da indústria chinesa ficou em 49,2 pontos em novembro, permanecendo abaixo da linha dos 50 pontos — marca que separa expansão de contração. Em outras palavras, números abaixo de 50 indicam retração da atividade econômica, já acima de 50 representam crescimento.
No mês anterior, o PMI havia sido de 49, valor levemente mais baixo, mas ainda indicando um quadro negativo. O cenário recente mostra que, mesmo com pequenas variações, a China continua enfrentando dificuldades para retomar o ritmo produtivo.
O setor de serviços também apresentou queda inesperada. O PMI não industrial caiu para 49,5 pontos, e o índice composto ficou em 49,7, ambos abaixo do limite considerado saudável. Esse desempenho representa o pior resultado desde dezembro de 2023, o que preocupa analistas, já que os serviços costumam ser um motor importante para a economia chinesa após períodos de desaceleração industrial.
O resultado de novembro marca o oitavo mês consecutivo de encolhimento da indústria chinesa. Segundo o relatório, o desempenho veio dentro das expectativas de mercado — analistas previam um índice de 49,2 —, mas ainda assim reforça um quadro persistente de dificuldades.
Entre as causas, especialistas apontam:
Como resultado, empresas chinesas têm reduzido produção, adiado investimentos e ajustado seu quadro de funcionários.
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Embora a indústria seja o setor mais monitorado, o recuo no setor de serviços acende um alerta ainda mais forte. Isso porque o segmento costuma ajudar a equilibrar momentos de queda industrial. Quando ambos os setores retraem ao mesmo tempo, a economia como um todo perde força de forma mais intensa.
Os dados mostram que novembro registrou o pior desempenho desde setembro do ano anterior, com o PMI de serviços ficando abaixo de 50 pela primeira vez desde então.
Esse movimento gera preocupação adicional, uma vez que:
Em contrapartida, o governo da China pode adotar medidas de estímulo nos próximos meses, como incentivos fiscais, redução de juros ou programas de recuperação do setor imobiliário.
O PMI (Purchasing Managers’ Index) é um dos indicadores mais acompanhados pelos mercados internacionais. Ele mede o desempenho da indústria e dos serviços com base nas respostas de gerentes de compras, que avaliam:
Ou seja, o PMI funciona como um termômetro rápido da economia. Quando a China registra queda sucessiva nesse índice, o impacto se espalha globalmente, afetando preços de minério de ferro, aço, petróleo, tecnologia e até mesmo moedas de países emergentes.
Analistas apontam que a economia chinesa deve seguir pressionada enquanto o consumo doméstico não se recuperar e as exportações continuarem enfraquecidas. Entretanto, a China ainda possui grande capacidade de reação, sobretudo por meio de políticas públicas, investimentos em infraestrutura e estímulos financeiros.
Ainda assim, o cenário exige atenção. Afinal, qualquer mudança significativa na China tende a influenciar diretamente economias de todo o mundo.
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