A regulamentação do mercado de crédito consignado é urgente para garantir segurança e inclusão financeira no Brasil. Saiba mais sobre a importância desse tema.
O mercado de crédito consignado tem se tornado uma ferramenta essencial para muitas pessoas no Brasil, especialmente para aquelas de baixa renda.
Com bilhões de reais movimentados anualmente, ele oferece uma das opções de crédito mais acessíveis, ajudando milhares de brasileiros a conseguirem financiar suas necessidades de forma mais digna.
Porém, apesar de sua relevância, esse mercado ainda opera sem uma regulamentação clara, o que pode causar problemas tanto para os consumidores quanto para os profissionais que atuam nesse setor.
O crédito consignado permite que o pagamento das parcelas de um empréstimo seja descontado diretamente da folha de pagamento ou do benefício previdenciário.
Isso traz segurança para as instituições financeiras, que sabem que vão receber o valor, e, em troca, oferecem juros menores para os clientes.
Para quem tem uma renda limitada, essa pode ser a única maneira de conseguir um empréstimo com condições justas.
Contudo, a falta de regras claras deixa esse setor vulnerável a fraudes e abusos. Muitas pessoas acabam sendo vítimas de golpes, enquanto os correspondentes bancários — que são responsáveis por mais de metade das operações de crédito consignado no país — enfrentam desvalorização, mesmo sendo peças-chave na expansão desse mercado.
A importância de uma regulamentação para o mercado de crédito consignado foi o principal tema do 2º Congresso de Correspondentes Bancários e Promotoras de Crédito do Brasil (Corban), que reuniu mais de 15 mil pessoas, entre especialistas e autoridades.
O evento destacou a urgência de criar regras que protejam tanto os consumidores quanto os correspondentes bancários.
O deputado federal Orlando Silva, presente no encontro, afirmou:
"Oferecer crédito é essencial para estimular o consumo e fortalecer a economia, principalmente para as pessoas mais pobres, que dependem desse tipo de empréstimo".
Um ponto importante abordado no congresso foi o papel dos correspondentes bancários na inclusão financeira.
Com a redução das agências bancárias, os correspondentes estão se tornando cada vez mais essenciais, levando serviços financeiros a locais onde os bancos tradicionais não conseguem chegar.
Como explicou Edison João Costa, presidente da Associação Nacional das Empresas Promotoras de Crédito e Correspondentes (ANEPS): "Os correspondentes são a ponte entre o sistema financeiro e as regiões mais remotas do Brasil."
Além da falta de regulamentação, o setor enfrenta o problema da advocacia predatória, onde empresas que operam de forma ética são prejudicadas por ações judiciais infundadas.
A regulamentação daria mais segurança jurídica para as empresas e também protegeria os consumidores de práticas abusivas.
O Corban também discutiu as inovações tecnológicas que podem ajudar o setor a se modernizar, aumentando a produtividade e garantindo que as operações sejam mais seguras e ágeis.
Outra questão destacada foi a importância do marketing e de uma comunicação eficiente para o crescimento do mercado de crédito consignado.
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O principal recado deixado pelo congresso é que a regulamentação do mercado de crédito consignado é urgente. Sem ela, tanto os consumidores quanto os profissionais desse setor continuarão vulneráveis a práticas abusivas e a incertezas jurídicas.
Como afirmou Yasmin Melo, fundadora do Movimento Gigantes do Consignado e organizadora do Corban: "A regulamentação não é apenas uma questão de proteger um setor que movimenta bilhões, mas de garantir que milhões de brasileiros continuem tendo acesso a crédito de forma justa e segura."
O futuro desse mercado depende da ação política e do reconhecimento do papel crucial que os correspondentes bancários desempenham na economia brasileira.
Com a regulamentação, todos saem ganhando — consumidores, empresas e o país como um todo.
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