As exportações estão impulsionando a indústria de transformação no Brasil, com crescimento significativo em setembro de 2024
Exportações são produtos ou serviços que um país vende para fora de suas fronteiras. Elas ajudam a gerar empregos, aumentar a renda e diversificar a economia.
Quando um país exporta mais do que importa, ele tem um superávit comercial, o que é geralmente considerado um bom sinal econômico.
Em setembro, as exportações brasileiras para a Argentina cresceram significativamente, aumentando 25,4% em comparação ao mesmo mês do ano anterior.
Esse crescimento se deve ao aumento no volume de produtos exportados, que subiu 34,1%, mesmo com uma queda de 5,8% nos preços. Isso mostra que, mesmo com preços mais baixos, o Brasil conseguiu vender mais para seus vizinhos.
Um dos principais responsáveis por esse aumento foi o setor automotivo. As exportações de automóveis de passageiros dispararam, apresentando um crescimento de 412%.
Outros itens, como partes e peças de automóveis, também tiveram aumento considerável. É importante notar, porém, que esses números podem não se repetir nos próximos meses, pois são influenciados por diversos fatores econômicos.
As exportações para a China, um dos principais parceiros comerciais do Brasil, caíram 20,7%, enquanto as exportações para os Estados Unidos cresceram 5,5%.
Esse contraste é interessante e merece atenção. Embora o Brasil tenha registrado um crescimento nas exportações para os Estados Unidos, a tendência de queda nas vendas para a China é preocupante.
Para os Estados Unidos, as aeronaves foram o principal produto, com um aumento de 34% nas exportações.
Em contrapartida, para a China, a maioria dos produtos, como petróleo, soja e carne bovina, viu uma queda nos valores exportados. Apenas a pasta química de madeira apresentou um crescimento, de 21,5%.
A indústria de transformação, que inclui a produção de bens industrializados, teve um desempenho notável, com um aumento de 16,8% nas exportações em setembro. Essa indústria passou de 49,5% para 57,7% na participação total das exportações, refletindo a sua importância crescente na economia brasileira.
As projeções para a balança comercial em 2024 variam. A Secretaria de Comércio Exterior estima um superávit de US$ 70,4 bilhões, enquanto o FGV IBRE acredita que esse valor pode chegar a US$ 79,8 bilhões. O resultado de outubro será crucial para confirmar essas expectativas.
O ICOMEX (Índice de Comércio Exterior) revelou algumas variações interessantes. Embora o valor das exportações tenha crescido apenas 0,3%, o volume aumentou 4,6%. Isso significa que mais produtos foram enviados ao exterior, mesmo que os preços tenham caído em média 4%.
As importações também cresceram, com um aumento de 19,9% em valor. Isso é positivo, pois indica que o Brasil está investindo em bens de capital, essenciais para o crescimento econômico. As importações de bens de capital, que sinalizam investimentos em infraestrutura e produção, aumentaram 35,6%.
Em setembro, o aumento no volume exportado foi liderado pelas não commodities, que cresceram 16,3%.
Por outro lado, as commodities, como produtos agrícolas e minerais, tiveram uma leve queda de 0,3%. No acumulado do ano, as commodities ainda apresentam um desempenho melhor, com um aumento de 7,7%.
O setor da indústria de transformação destacou-se, com um aumento de 12,7% no volume exportado. As variações positivas nas exportações de veículos e equipamentos de transporte foram especialmente significativas, refletindo o desempenho das vendas para a Argentina e os Estados Unidos.
Em setembro, todos os setores mostraram um aumento nas importações, com destaque para a indústria extrativa, que subiu 44,2%. Isso indica um crescimento robusto na demanda por produtos que o Brasil não produz internamente.
Leia também: CPI EUA: Análise do Índice de Preços em Setembro de 2024
O comércio de petróleo também merece destaque. O Brasil importou 31,4% a mais de petróleo e derivados em setembro. Apesar de uma queda nos preços, o volume exportado de petróleo bruto e seus derivados aumentou em relação ao ano anterior.
Os resultados do petróleo continuam a ter um impacto significativo na balança comercial do Brasil. Em setembro, o saldo de exportações e importações de petróleo e derivados foi negativo, mas ainda assim, esses produtos contribuíram com 37% do superávit total.
Em suma, as exportações são fundamentais para a economia brasileira, e o recente aumento nas vendas, especialmente na indústria de transformação, é um sinal positivo.
Embora o cenário global apresente desafios, como a queda nas exportações para a China, o crescimento nas vendas para os Estados Unidos e o desempenho robusto do setor automotivo indicam que o Brasil está no caminho certo.
Ficar atento a esses movimentos pode ajudar a entender melhor o que esperar para o futuro das exportações brasileiras.
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