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Golpes no Simples Nacional colocam em risco empresas de pequeno e médio porte

Golpes no Simples Nacional colocam em risco empresas de pequeno e médio porte - Reprodução
Golpes no Simples Nacional colocam em risco empresas de pequeno e médio porte - Reprodução

Nos últimos tempos, os golpes no Simples Nacional têm se tornado uma preocupação crescente para empresas de pequeno e médio porte.

Nesse sentido, a Receita Federal registrou um aumento alarmante nas fraudes relacionadas a esse regime tributário, especialmente em relação a pedidos de restituições indevidas.

Essa situação tem causado danos significativos a muitos empresários, que se veem vítimas de ações fraudulentas.

Recentemente, a Polícia Federal lançou a Operação Retificadora para combater essa situação, o que destacou a necessidade de discutir a segurança e a responsabilidade fiscal dos contribuintes.

Muitas empresas estão sendo notificadas após apresentarem declarações retificadoras com pedidos de restituições que não correspondem à sua realidade financeira.

O advogado Thiago Santana Lira, especialista em gestão tributária, alerta para os perigos que essa situação representa.

Como os golpistas atuam?

Os golpistas utilizam uma variedade de estratégias para enganar suas vítimas, como e-mails e ligações telefônicas.

Muitas vezes, eles se apresentam como consultores tributários, prometendo recuperar créditos de PIS e COFINS.

Contudo, esses créditos são fictícios e envolvem a manipulação das informações fiscais das empresas. Segundo Lira, essa prática tem gerado sérios problemas para as vítimas, que acreditam estar fazendo algo legítimo ao seguir as orientações dos golpistas.

Um método comum é a engenharia social, onde os golpistas conseguem emitir documentos falsos, como certificados de administradores, para realizar modificações nos impostos.

Além disso, eles podem abrir contas bancárias em nome da empresa e solicitar restituições de valores que nunca foram pagos a maior.

Essa abordagem permite que os criminosos acessem recursos financeiros de forma fraudulenta, muitas vezes sem que as vítimas percebam.

Outra tática é a manipulação do PGDAS (Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples Nacional).

Os golpistas criam créditos inexistentes, prejudicando não só os contribuintes, mas também a arrecadação do governo.

Em alguns casos, eles podem até cancelar o e-mail de notificação da empresa, impedindo que os responsáveis tomem conhecimento das movimentações fraudulentas.

Consequências para as vítimas

As consequências de cair em um golpe relacionado ao Simples Nacional podem ser devastadoras para os contribuintes. Aqui estão alguns dos principais riscos:

  • Multas: A Receita Federal pode aplicar penalidades financeiras pesadas por declarações incorretas, o que pode comprometer o fluxo de caixa da empresa.
  • Exclusão do Simples Nacional: Em situações mais graves, a empresa pode ser excluída desse regime, resultando em uma carga tributária significativamente maior.
  • Perda de dados: Informações confidenciais fornecidas aos golpistas podem ser usadas para outros tipos de fraudes, aumentando ainda mais os riscos para o empresário.

Para mitigar essas consequências, a Receita Federal criou o Domicílio Tributário Eletrônico do Simples Nacional (DTE-SN), um canal onde os contribuintes podem regularizar suas declarações antes de qualquer ação fiscal.

A importância do compliance tributário

Em primeiro luggar, diante desse cenário alarmante, o compliance tributário se torna fundamental. Esse termo refere-se a um conjunto de práticas que garantem que as empresas sigam as normas fiscais e regulatórias.

Thiago Santana Lira enfatiza que um rigoroso compliance é crucial para proteger as empresas contra fraudes.

A análise das declarações e o suporte de especialistas podem evitar que empresários se tornem alvos de quadrilhas que se aproveitam da complexidade do sistema tributário.

Richard Domingos, outro especialista na área, destaca a necessidade de monitorar constantemente as comunicações da empresa. Isso inclui verificar e-mails e notificações de órgãos fiscais para identificar qualquer atividade suspeita o mais rápido possível.

Medidas de prevenção

Algumas medidas podem ser adotadas pelas empresas para se protegerem contra os golpes no Simples Nacional. Aqui estão algumas sugestões práticas:

  1. Auditoria interna: Realizar auditorias regulares para detectar e corrigir inconsistências nas declarações fiscais.
  2. Treinamento: Promover a capacitação das equipes sobre legislação tributária e os riscos de fraudes.
  3. Consultoria especializada: Contar com advogados e contadores experientes para orientação na recuperação de créditos tributários e na prevenção de fraudes.
  4. Monitoramento contínuo: Estabelecer processos de acompanhamento para garantir que todas as informações estejam atualizadas e corretas.

A prevenção é a melhor defesa

Os golpes no Simples Nacional representam uma ameaça real às empresas, mas a prevenção é a melhor forma de proteção.

Outrossim, um bom compliance tributário não apenas ajuda a evitar fraudes, mas também capacita as empresas a realizar recuperações legítimas de créditos.

Por sua vez, a vigilância constante e a educação sobre o tema são essenciais para que os empresários não sejam pegos de surpresa.

A colaboração entre empresas, órgãos fiscais e especialistas é crucial para enfrentar essa ameaça. Somente por meio de ações conjuntas e bem-informadas será possível reduzir os impactos dos golpes e garantir a segurança financeira dos contribuintes.

Empreender exige cuidado, e estar atento a possíveis fraudes é um passo importante para garantir a saúde financeira do seu negócio.

Fique alerta, proteja suas informações e não hesite em buscar ajuda especializada sempre que necessário.