EUA vende mais de US$ 6 bilhões em bitcoin (BTC); investidores ficam apreensivos

O mercado de criptomoedas foi abalado com a recente decisão do Tribunal Distrital do Norte da Califórnia, que autorizou o governo dos Estados Unidos a vender a maior apreensão de bitcoins já registrada.

A decisão encerrou uma longa disputa judicial que durava quatro anos, mas o impacto imediato foi um aumento nas preocupações dos investidores. O preço do Bitcoin (BTC) sofreu uma queda significativa nos dias 8 e 9 de janeiro de 2025, com muitos especulando sobre o efeito que essa venda maciça poderia ter no futuro da criptomoeda.

Atualmente, o governo dos EUA detém uma reserva de aproximadamente 198.000 BTC, avaliados em cerca de US$ 18,5 bilhões. O valor total das moedas envolvidas na decisão de venda chega a US$ 6,5 bilhões, ou seja, mais de um terço do montante total.

Essas criptomoedas foram apreendidas como parte da operação que desmantelou o famoso mercado ilegal online Silk Road.

Como o mercado reage à venda de Bitcoin?

Embora a decisão judicial tenha sido tomada em 30 de dezembro de 2024, a notícia só veio a público recentemente, causando um movimento de apreensão entre os investidores.

Embora a venda não ocorra de forma imediata, visto que envolve um processo administrativo complexo, o simples anúncio de que o governo está se preparando para vender pode afetar os preços no curto prazo.

Os EUA, de fato, vêm se preparando para essa venda desde outubro de 2024, quando transferiram uma parte do bitcoin apreendido para a corretora Coinbase, o que é frequentemente um indicativo de que uma venda está prestes a acontecer.

Além disso, em dezembro de 2024, o governo realizou outra movimentação, com a transferência de US$ 2 bilhões em bitcoins.

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O impacto no preço do Bitcoin (BTC)

Em termos de curto prazo, a venda de grandes quantidades de bitcoins pode, de fato, pressionar o valor da moeda para baixo, especialmente quando a demanda está relativamente estável ou em queda.

No entanto, o histórico do mercado de criptomoedas mostra que o Bitcoin tende a se recuperar a longo prazo, como ocorreu em ciclos anteriores.

Por exemplo, entre março de 2023 e 2024, o governo dos EUA vendeu 38.000 BTC, cerca de US$ 3,54 bilhões, mas, no mesmo período, o preço do Bitcoin disparou 375%, impulsionado por eventos como a aprovação de ETFs de Bitcoin e um clima otimista gerado por declarações de líderes políticos.

O que a venda de Bitcoin significa para o futuro?

A venda de grandes quantidades de bitcoin também levanta questões sobre o potencial de perda de ganhos futuros.

Em 2024, por exemplo, o governo da Saxônia, na Alemanha, vendeu 50.000 BTC por US$ 3 bilhões, mas meses depois, esses mesmos bitcoins estavam avaliados em US$ 4,88 bilhões.

Esse tipo de decisão pode, portanto, ser visto como uma oportunidade perdida de maximizar os lucros.

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O papel de Donald Trump e seus planos com o Bitcoin

A decisão do governo dos EUA ocorre a menos de duas semanas da posse de Donald Trump, que tem um histórico de declarações favoráveis ao Bitcoin. Durante sua campanha eleitoral, Trump afirmou, em um discurso em Nashville, que “nosso governo ignorou por muito tempo a regra fundamental que todo bitcoiner conhece: nunca venda seus bitcoins”.

Trump também propôs a criação de uma reserva nacional de Bitcoin nos Estados Unidos, o que poderia significar a utilização das criptomoedas apreendidas para esse fim.

Porém, apesar do apoio que a criptomoeda tem da nova administração, alterar a decisão judicial ou mudar a legislação para impedir a venda dessas criptomoedas pode ser um processo demorado.

O que esperar do futuro?

Com a posse de Trump em 20 de janeiro de 2025, as políticas do governo em relação ao Bitcoin podem mudar, o que pode alterar o destino dos bitcoins apreendidos.

No entanto, uma reversão imediata da decisão de venda é improvável, pois a legislação dos EUA exige que os ativos apreendidos sejam vendidos.

Assim sendo, o futuro das criptomoedas apreendidas dependerá da postura da nova administração e da agilidade do processo de venda, que pode ocorrer dentro de um prazo mais longo.