Com a aproximação da divulgação do IPCA-15 de setembro, marcada para o dia 25/09 às 9h, trazemos nossas previsões atualizadas.
Esperamos que a prévia da inflação alcance 0,29%, o que resultaria em uma variação acumulada de 12 meses em 4,29%. Essa elevação em relação à prévia de agosto, que foi de 0,19%, merece uma análise mais detalhada.
Um dos principais motores dessa aceleração é a redução da deflação no grupo de alimentação, especialmente entre os produtos in natura, como frutas e legumes, além de cereais e carnes.
Outro ponto importante é a expectativa de aumento nas tarifas de passagem aérea, que deve passar de uma deflação de quase 5% para um crescimento próximo a 10%.
Além disso, a energia elétrica também exercerá pressão sobre a inflação, refletindo a ativação da bandeira vermelha 1 neste mês.
Por outro lado, o setor de combustíveis, em especial a gasolina, deve registrar um aumento mais moderado, de 0,22%, em comparação com a alta de 3,33% observada no IPCA-15 de agosto.
O segmento de educação, por sua vez, também apresentará uma variação positiva, projetada em 0,09%. Essa cifra é inferior ao crescimento de 0,75% do mês anterior, refletindo a sazonalidade típica de reajustes no segundo semestre.
Quando analisamos a composição qualitativa da inflação, os núcleos não devem apresentar grandes oscilações em relação ao IPCA-15 de julho, que teve uma aceleração de 0,31%.
No entanto, uma elevação em comparação ao IPCA de agosto, que mostrou uma variação de 0,25%, é esperada.
O grupo de serviços subjacentes deve desacelerar em relação ao IPCA-15 de agosto, especialmente nos itens que envolvem refeição, conserto de automóvel, condomínio e serviços bancários, sendo esses últimos os mais impactados.
Entretanto, há uma expectativa de leve aceleração em relação à divulgação anterior do IPCA de agosto, quando foi registrada uma alta de 0,28%.
O segmento de serviços intensivos em trabalho, como cabeleireiro, deverá apresentar uma variação de 0,3%, superando os índices vistos nas prévias de julho e agosto, o que indica uma recuperação após um período de deflação.
É fundamental ficar atento a alguns pontos críticos nesta leitura. Primeiro, a alimentação no domicílio, incluindo produtos in natura e carnes, representa um risco altista significativo, estimado em cerca de 7 pontos base.
Em contrapartida, o item cinema pode trazer uma surpresa positiva, similar ao que ocorreu em fevereiro, quando as vendas despencaram em 4%, podendo contribuir com uma redução de 2 pontos base em nossa previsão.
Além disso, as passagens aéreas são tradicionalmente voláteis e, nesta ocasião, podem surpreender para baixo, com uma expectativa de redução de 2 pontos base. Assim, ao analisarmos o balanço de riscos, a tendência parece inclinar-se para um cenário altista em relação às nossas projeções.
Por fim, nossas expectativas para o IPCA em 2024 permanecem em 4,67%, com uma leve redução para 4,25% em 2025. No entanto, é importante ressaltar que os riscos continuam apontando para o lado altista em ambos os anos.
Com essas variáveis em jogo, será essencial acompanhar as próximas divulgações e ajustes nas políticas econômicas, uma vez que o cenário inflacionário pode apresentar surpresas que afetem o planejamento financeiro de todos.
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