Manter no radar a taxa de juros e acompanhar os dados econômicos é um dos primeiros pontos a se atentar ao investir nestes próximos meses.
De acordo com especialistas da Nomad, fintech pioneira em oferecer produtos que facilitam a vida financeira global dos brasileiros, foram sete meses agitados no mercado financeiro, e a tendência é que a volatilidade continue. Parte das razões vem desde a virada do ano, enquanto outras entram no radar agora.
Para ajudar os investidores, o time de investimentos da Nomad trouxe quatro pontos de atenção para os próximos meses.
Manter no radar a taxa de juros e acompanhar os dados econômicos é um dos primeiros pontos a se atentar ao investir nestes próximos meses.
Os juros altos nos Estados Unidos acabam atraindo os investidores porque são títulos considerados os mais seguros do mundo, do ponto de vista de risco de crédito. Esse movimento aumenta a compra de dólar e valoriza a moeda americana, pressionando o câmbio.
Na entrevista coletiva depois da última decisão do FOMC, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, destacou os avanços econômicos como uma fonte adicional de confiança, mas reforçou que esses progressos ainda não são suficientes para justificar um afrouxamento imediato da política monetária. Powell notou que, se os progressos continuarem, o ciclo de cortes nas taxas de juros poderá começar em breve.
Por ora, a taxa básica de juros permaneceu inalterada entre 5,25% e 5,5% pela oitava vez consecutiva. Á medida que as discussões sobre velocidade e profundidade dos possíveis cortes de juros se intensificam, o consenso gira em torno de 3 cortes de 0,25 ponto até o final de 2024, mas dados publicados recentemente aumentaram as apostas em cortes mais rápidos.
Já foi visto que os juros altos favorecem o investimento nos EUA. Os juros baixos são positivos para os ativos mais arriscados do mercado caso a economia esteja saudável, porque eles podem aumentar os lucros futuros, tornando as ações mais atraentes para investidores, com o custo menor de capital, o que pode resultar em maiores investimentos e crescimento.
Na bolsa, não existe exatamente políticos "favoritos", mas alguns segmentos respondem de formas diferentes à probabilidade de troca de governo - chamado Trump Trade.
Um comportamento mais protecionista do candidado republicado, caso vença as eleições, poderia estimular o crescimento de algumas categorias, como small caps e o setor financeiro; por outro lado, empresas de tecnologia, cujas operações são muito ligadas a players chineses, tendem a ser afetadas negativamente.
Além disso, o apoio do candidado a combustíveis fósseis pode direcionar investimentos a companhias ligadas a essas atividades, prejudicando aquelas mais focadas em energias renováveis.
Outro ponto para levar em consideração e manter no radar quando for investir nos próximos meses são as mudanças na política monetária do Japão.
Recentemente, a valorização do iene e as expectativas de elevação dos juros no Japão impactaram negativamente o real, com investidores desfazendo suas posições de carry trade, que tem como estratégia pegar empréstimo em uma moeda com juros baixos (como o iene japonês) e investir em ativos denominados em moedas com juros mais altos (como o real brasileiro), aproveitando a diferença nas taxas de juros.
Com a quebra desse movimento, o fluxo financeiro para o Brasil diminui, prejudicando o real.
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