Segundo Ariel Shoham, vice-presidente de produtos de risco da Mangopay, a IA é uma faca de dois gumes para provedores de serviços de pagamento
Segundo Ariel Shoham, vice-presidente de produtos de risco da Mangopay, a inteligência artificial (IA) está revolucionando a maneira como as transações financeiras são realizadas e protegidas.
Contudo, essa transformação traz consigo uma faca de dois gumes. Por um lado, os criminosos estão utilizando a IA para criar fraudes mais sofisticadas.
Por outro, provedores de serviços de pagamento (PSPs) estão aproveitando a tecnologia para detectar e prevenir essas fraudes de maneira mais eficaz.
Neste artigo, vamos explorar como a IA está impactando o mundo dos pagamentos e como os PSPs podem usar essa tecnologia para proteger seus clientes.
A fraude sempre foi um desafio no setor de pagamentos, mas a ascensão da IA tornou as coisas ainda mais complicadas.
Com o acesso a ferramentas especializadas, como FraudGPT e WormGPT, os golpistas estão criando esquemas complexos, automatizando processos e se tornando mais difíceis de detectar.
Essas ferramentas são diferentes das plataformas de IA que seguem diretrizes éticas, pois foram desenvolvidas com o único objetivo de ajudar os criminosos a realizar atividades ilegais, como phishing e criação de documentos falsificados.
Apesar das dificuldades, a IA também representa uma grande oportunidade para os PSPs.
Com a capacidade de analisar grandes volumes de dados em tempo real, as soluções baseadas em IA permitem que os provedores identifiquem padrões suspeitos e bloqueiem transações fraudulentas antes que causem danos.
Aqui estão algumas maneiras como a IA pode ser usada para prevenir fraudes:
O aprendizado de máquina é uma das tecnologias mais importantes na luta contra a fraude. Ele analisa dados históricos para identificar comportamentos que indicam fraudes.
Ao contrário dos métodos tradicionais, que seguem regras rígidas, os modelos de aprendizado de máquina se adaptam continuamente, aprendendo com novos dados e se tornando mais precisos.
Os PSPs alimentam seus sistemas com dados de transações passadas, o que ajuda a identificar sinais de fraudes, como transações de alta frequência ou localizações geográficas inconsistentes.
Quanto mais dados o sistema tiver, melhor ele se torna em prever fraudes.
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Um problema comum em muitos sistemas de detecção de fraudes é que eles se concentram apenas na finalização da compra.
No entanto, fraudes podem ocorrer em qualquer ponto da jornada do cliente, desde o cadastro até a finalização da compra. Para ser eficaz, os PSPs precisam monitorar todas as etapas da jornada do cliente, identificando comportamentos suspeitos logo no início.
Essa abordagem holística permite que os provedores detectem fraudes antes que se tornem um problema sério.
Por exemplo, invasões de contas e tentativas de phishing podem ser capturadas antes de o cliente fazer uma compra.
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Nem todos os PSPs precisam ou podem implementar soluções de IA completas. Algumas empresas, especialmente aquelas com orçamentos limitados ou que seguem regras rigorosas de conformidade, podem se beneficiar de uma abordagem híbrida. Isso significa combinar sistemas de IA com métodos tradicionais baseados em regras.
Os sistemas baseados em regras utilizam condições predefinidas para sinalizar transações suspeitas. Embora sejam fáceis de implementar, esses sistemas podem ser contornados rapidamente pelos fraudadores.
Ao integrar IA, os PSPs conseguem uma proteção mais adaptável e eficiente.
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Apesar da eficácia da IA, a supervisão humana ainda é essencial. Os golpistas estão sempre inovando, e os PSPs precisam se manter atualizados. Isso significa investir em inteligência de mercado e treinamento contínuo para os funcionários.
Monitorar as técnicas que os fraudadores estão utilizando, especialmente aquelas divulgadas em fóruns da darknet, pode fornecer informações valiosas para os PSPs.
Além disso, treinar os colaboradores para reconhecer táticas como phishing e engenharia social é crucial. A intervenção humana é necessária para lidar com alertas de fraude e minimizar falsos positivos.
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Para aproveitar ao máximo as soluções baseadas em IA, os PSPs devem seguir algumas melhores práticas:
Coleta Contínua de Dados: Manter os dados atualizados é fundamental. Os modelos de aprendizado de máquina precisam de dados frescos para funcionar corretamente.
Monitoramento Abrangente: A prevenção de fraudes deve incluir toda a jornada do cliente, desde o cadastro até a transação final.
Inteligência sobre Novas Táticas: Investir na coleta de informações sobre táticas emergentes é vital para se manter à frente dos golpistas.
Treinamento de Funcionários: Os colaboradores devem ser capacitados para reconhecer e responder a fraudes rapidamente.
Adotar uma Abordagem Híbrida: A combinação de IA com sistemas tradicionais pode ser uma solução eficiente e adaptável às necessidades específicas de cada negócio.
Em conclusão, a IA mudou a forma como os PSPs lidam com fraudes. Embora tenha dado aos criminosos novas ferramentas, também proporcionou aos provedores a chance de construir sistemas de detecção mais robustos.
Para se protegerem de ameaças em constante evolução, os PSPs devem permanecer vigilantes, adotando soluções de IA, treinando seus funcionários e se informando sobre novos tipos de fraudes.
A luta contra a fraude é contínua e dinâmica, onde a IA é tanto uma arma quanto uma defesa.
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